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O corpo do Papa Francisco foi trasladado até a Basílica de Santa Maria Maior, onde foi sepultado às 13h30 (horário local) deste sábado (26), conforme pedido do pontífice. O enterro ocorreu após a missa de Exéquias na Basílica de São Pedro. De acordo com o Vaticano, cerca de 200 mil pessoas se posicionaram nas ruas de Roma para prestar homenagens, se despedir de Francisco e acompanhar a passagem do cortejo. Às 13h, teve início o rito de sepultamento, presidido pelo cardeal camerlengo Kevin Farrell, na presença de outros religiosos e também de membros da família de Francisco. Meia hora depois, a cerimônia foi encerrada. “Papa Francisco agora repousa no nicho sepulcral na nave lateral, entre a Capela Sforza e a Capela Paulina, onde se encontra o ícone de Maria Salus Popoli Romani. Podemos ter a certeza de que os dois jamais se separarão”, destacou a Santa Sé, em nota. O túmulo, por escolha do próprio papa, é simples – composto apenas pela inscrição “Franciscus” e uma cruz ao centro. Um detalhe pessoal marca o local: o túmulo foi construído com uma pedra extraída da região da Ligúria, na Itália, onde nasceu o bisavô do pontífice. Multidão na missa de Exéquias A Missa de Exéquias do pontífice foi presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, acompanhado por outros 250 cardeais, arcebispos, bispos, padres e religiosos consagrados. Em sua homilia, o decano do Colégio Cardinalício destacou o legado de união deixado por Francisco. Segundo o cardeal, os 12 anos de papado de Francisco foram marcados por sua proximidade com as pessoas, sua espontaneidade e seu profundo amor pela Igreja. O nome escolhido pelo pontífice, inspirado em São Francisco de Assis, “imediatamente pareceu indicar o plano pastoral e o estilo no qual ele queria basear seu pontificado”, afirmou. Ao citar a passagem do Evangelho em que Cristo incumbe Pedro de pastorear seu rebanho, o cardeal observou que Francisco seguiu esse caminho até seus últimos momentos, mesmo em meio à fragilidade e ao sofrimento. “Seguiu os passos de seu Senhor, o bom pastor”, declarou. Segundo o cardeal, a última imagem pública do papa ficou registrada no domingo de Páscoa, quando Francisco, apesar dos problemas de saúde, abençoou a multidão da sacada da Basílica de São Pedro e, em seguida, desceu à praça a bordo do papamóvel. Ao concluir a homilia, o cardeal repetiu as palavras com as quais Francisco encerrava suas audiências: “Não se esqueçam de rezar por mim”, e pediu que agora os fiéis supliquem ao papa que interceda pelo mundo inteiro. Lula destaca compromisso social de Francisco Após acompanhar a Missa de Exéquias do papa Francisco no Vaticano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (26) que o nome do pontífice marcou a história e destacou ainda o trabalho do santo padre no combate às desigualdades sociais em todo o mundo.

“Perdemos o líder religioso mais importante deste primeiro quarto do século 21. Papa Francisco não era apenas um papa. Ele era um papa preocupado com a guerra de Gaza, com a fome, com as coisas que afligem o povo do mundo inteiro”, avaliou o presidente, em rápida conversa com jornalistas.
Acompanhado da primeira-dama, Lula lembrou que muitos brasileiros tinham um apreço muito grande pelo comportamento do papa Francisco, como homem e como religioso: “acho que foi uma dívida que nós pagamos a um homem que prestou serviços à humanidade”.
“Queira Deus que o próximo papa seja igual a ele, com o mesmo coração dele, com os mesmos compromissos religiosos dele, com o mesmo compromisso no combate à desigualdade que tinha o papa Francisco. Volto para o Brasil certo de que nós cumprimos o nosso dever – como cristãos, como religiosos e como políticos. De vir ao enterro de uma pessoa admirável como o papa Francisco.”
Padre Bruno Franguelli relata clima de comoção no Vaticano O padre brasileiro Bruno Franguelli, jesuíta e colaborador da agência de notícias Vatican News, esteve presente na Missa de Exéquias e falou sobre o impacto da morte de Francisco entre os católicos. “Roma é uma cidade que está profundamente identificada com a figura do Papa e o Vaticano”, disse Franguelli, ao descrever o ambiente de luto que tomou conta da capital italiana e do Estado do Vaticano. Segundo o padre, a morte do papa Francisco trouxe silêncio e tristeza às ruas. Imagens do pontífice têm sido projetadas em prédios e monumentos da cidade em homenagem ao líder religioso. “Sabíamos que esse dia chegaria e estava próximo, mas não queríamos que chegasse”, afirmou. Franguelli também relatou que esperou por quase cinco horas na fila para se despedir do papa na Basílica de São Pedro. “Foi bonito ver o testemunho das pessoas. Muitos choravam, tiravam fotografias, queriam passar alguns segundos diante do corpo do papa para dar seu adeus”, contou. Memórias e legado de Francisco Bruno Franguelli, que atuou como tradutor do papa Francisco em missas, viagens apostólicas e vídeos institucionais, destacou a missa celebrada ao lado do pontífice em junho de 2017 como seu momento mais marcante. “Senti-me ao lado de um santo. De alguém que é bondade pura; que é misericórdia pura”, declarou. Segundo Franguelli, o legado deixado por Francisco é o de uma Igreja mais aberta e próxima dos excluídos. “Fica no nosso coração o homem maravilhoso que ele foi para a Igreja e para a sociedade”, afirmou. O padre ressaltou a dedicação do papa aos mais pobres e vulneráveis desde o início de seu pontificado, exemplificada pelas viagens a locais como Lampedusa. “Esta é a marca principal do Papa Francisco. Ele sempre nos ensinou a estar ao lado dos últimos, como ele esteve”, concluiu o jesuíta.


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