A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, apresentou nesta segunda-feira (05) queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) por ofensas feitas durante sessão na Câmara dos Deputados. No processo, a ministra pede que o deputado seja condenado nas penas máximas dos crimes de difamação e injúria e pague R$ 30 mil em indenização por danos morais. O caso já foi autuado na Suprema Corte, mas ainda não tem relator responsável. Na última terça-feira (29), Gilvan da Federal se referiu à Gleisi como “amante” e disse que ela “deve ser uma prostituta do caramba”. O deputado falava sobre uma suposta lista de beneficiados de valores repassados pela Odebrecht apresentada no âmbito das investigações decorrentes da Operação Lava Jato.
“Lindinho”, neste caso, seria o deputado Lindbergh Farias (PT/RJ), marido de Gleisi. Para a ministra, as declarações ultrapassam “os limites da imunidade parlamentar, do respeito e do decoro” e tiveram como único objetivo rebaixar sua honra.“Na Odebrecht, existia uma planilha de pagamento de propina para políticos. Eu citei aqui o nome de Lindinho, de amante – que deve ser uma prostituta do caramba – aí teve um deputado aqui que se revoltou”, disse durante sessão.
Leia também: Direção da Câmara pede suspensão do mandato de Gilvan da Federal O que diz Gilvan Nesta segunda-feira (5), após a apresentação da queixa-crime, Gilvan da Federal afirmou que “extrapolou” quando ofendeu a ministra e disse que iria mudar o comportamento.“No presente caso, o Querelado, inspirado pelos seus correligionários ou não, se referiu à Querelante como ‘Amante’, além de acrescentar mais um xingamento, chamando-a de ‘prostituta do caramba’, em plena participação em Comissão da Câmara dos Deputados, em sessão majoritariamente composta por homens, para tratar de assunto que em nada se relacionava com a atuação política da parlamentar, com o único e restrito objetivo de ofendê-la pessoalmente, ultrapassando qualquer limite constitucional de imunidade parlamentar, liberdade de expressão e manifestação de pensamento”, diz a defesa de Gleisi na queixa-crime.
O presidente da Casa, Hugo Motta, respondeu ao comentário dizendo que é seu papel zelar pelo bom funcionamento do Congresso e que a atitude de Gilvan “foi totalmente excedente”.“Quero me antecipar assumindo o compromisso de mudança de comportamento. Comunicar esse ataque à Mesa Diretora e não fazer o que eu vinha fazendo. Discordo totalmente de ataque à família. Peço desculpas a quem se sentiu ofendido, ao presidente da Câmara. Não estou falando aqui para não ser punido. Reconheço que extrapolei”, declarou durante sessão plenária na Câmara.