A vacinação contra gripe será liberada para todas as faixas etárias nos próximos dias. A informação foi confirmada em primeira mão pelo Secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, durante entrevista ao Em Dia ES nesta terça-feira (13). A medida amplia a cobertura que, até agora, estava restrita a grupos prioritários. Além disso, o secretário anunciou a descentralização dos atendimentos oftalmológicos, com consultas e exames realizados diretamente nos municípios e cirurgias concentradas em polos regionais como Linhares.
"Vamos abrir a vacinação para todo mundo até o fim desta semana ou, no máximo, no início da próxima", afirmou Hoffmann.Segundo o secretário, a ampliação ocorre após um avanço entre os grupos de risco. No último Dia D, mais de 20 mil doses foram aplicadas. Até o fim de abril, a Estratégia de Vacinação nas Escolas já havia aplicado mais de 4,6 mil doses. Atendimento especializado será descentralizado Outra medida anunciada por Hoffmann é a interiorização dos atendimentos especializados em oftalmologia. Municípios que registrarem demanda acumulada receberão equipes para a realização de consultas e exames in loco, com deslocamento apenas dos casos que exigirem cirurgia.
"Vamos pegar um município como Sooretama, por exemplo. A equipe vai até lá, fica um ou dois dias, faz todas as consultas e exames, e só vem para Linhares quem realmente precisar da cirurgia", explicou.Em Linhares, as cirurgias oftalmológicas já estão em andamento no Hospital Geral do município (HGL), com mais de 100 pacientes atendidos por dia em procedimentos como catarata e levantamento de pálpebra. Hoffmann ressaltou que a medida também visa reduzir o custo com transporte dos pacientes, hoje uma das principais preocupações de gestores municipais. Cirurgias eletivas na rede privada Outra novidade confirmada pelo secretário é o lançamento, no segundo semestre deste ano, de um edital de credenciamento para a realização de cirurgias eletivas na rede privada. A iniciativa estadual antecipa um programa semelhante que será lançado pelo Governo Federal e promete ampliar a capacidade de atendimento à população. Segundo Hoffmann, o edital já está praticamente pronto e permitirá que hospitais privados se credenciem para realizar procedimentos conforme a demanda do Estado.
"Por exemplo, um hospital aqui de Linhares, privado, que tem um bom centro cirúrgico: ele vai ver qual é a demanda do Estado e ele pode se credenciar. E o Estado vai contratá-lo para ele fazer essas cirurgias eletivas", explicou.Com uma boa adesão dos hospitais, o secretário projeta "um avanço grande das nossas cirurgias eletivas ainda este ano". Construção de dois novos hospitais O secretário também falou sobre os dois grandes hospitais que estão em construção no Estado: o Hospital Geral de Cariacica e o novo Hospital Roberto Silvares, em São Mateus. Segundo ele, essas unidades ultrapassarão em estrutura e capacidade o Hospital Jayme Santos Neves, atualmente o maior do estado. "Hoje, o Espírito Santo já é o estado com maior quantidade per capita de leitos de UTI e está entre os cinco maiores em leitos de forma geral", disse. Casos de gripe e superlotação em hospitais infantis Durante a entrevista, Hoffmann afirmou que o estado enfrenta um aumento na demanda por atendimentos pediátricos devido ao crescimento dos casos de doenças respiratórias, principalmente entre abril e os meses mais secos do ano. "Não temos risco de colapso, mas os hospitais infantis estão superlotados", disse. Segundo ele, parte do problema é a ocupação de leitos de alta complexidade por crianças com quadros leves que poderiam ser tratados em unidades básicas.
"Muitas vezes, você tem lá uma criança que está simplesmente tomando um antibiótico, que poderia estar tomando esse antibiótico pertinho da casa dela, na Unidade de Saúde, e ela está ocupando um leito de alta complexidade para um atendimento que seria ambulatorial."Hoffmann disse que a Secretaria de Saúde já trabalha com planejamento baseado na sazonalidade das doenças. A ideia é estruturar, junto aos municípios, um calendário de ações para evitar sobrecarga nos hospitais em períodos de maior incidência. Chikungunya em Jaguaré Em relação à situação em Jaguaré, município que decretou emergência em saúde pública devido ao aumento de casos de chikungunya, Hoffmann informou que o estado mantém uma equipe permanente da Vigilância Sanitária na cidade. "A situação hoje está mais controlada, mas seguimos com o acompanhamento para evitar agravamentos."
EM DIA ES ENTREVISTA: Secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann
Em Dia ES: Secretário, para começarmos, gostaria que o senhor fizesse um panorama geral das principais ações e investimentos do Governo do Estado na área da saúde em 2025. Quais estratégias têm sido adotadas para ampliar o acesso e melhorar os serviços em todo o Espírito Santo, com destaque para a Região Norte? Tyago Hoffmann: Eu já acompanho a saúde há muitos anos, porque minha primeira passagem pelo Governo do Estado, em 2011–2012, foi no governo Casagrande, na subsecretaria de saúde. Depois, como secretário de governo por duas vezes e chefe da Casa Civil também, acompanhei bem de perto a ação da Secretaria de Saúde. Então, o desafio é grande, mas eu já conheço bem a área, conhecia bem a secretaria. Nós avançamos muito nos três governos Casagrande na área hospitalar, avançamos muito no atendimento de urgência e emergência. Quando fui subsecretário de Saúde na primeira gestão Casagrande, a gente entrava no São Lucas, e era a mesma realidade do Roberto Silvares, em São Mateus: você ia andando e desviando das pessoas nos corredores, no chão do corredor. Ter uma maca num corredor hospitalar do Estado era um luxo. Hospitais com uma estrutura muito ruim, e de lá para cá o governador veio trabalhando, a gente veio reformando, reestruturando esses hospitais. Abrimos um novo hospital, que é o Jayme Santos Neves, que hoje é o nosso maior hospital. E durante a pandemia, tomamos a decisão de investir na ampliação da nossa rede hospitalar, que foi uma decisão muito acertada do governador, de toda a equipe, e eu estava à frente disso também como secretário de governo, e, com isso, a gente tem uma herança da pandemia muito positiva em relação à quantidade de leitos que o Estado tem. Hoje, o Espírito Santo já é o estado com maior quantidade per capita de leitos de UTI e está entre os cinco maiores em leitos de forma geral. E nós estamos com dois grandes hospitais em construção: um na Região Metropolitana da Grande Vitória, que é o Hospital Geral de Cariacica, e outro, na nossa região norte, que é o novo Roberto Silvares. Então, esses dois hospitais vão ser os dois maiores hospitais do estado. O Jayme, que é o nosso maior hospital hoje, vai ser o terceiro maior, porque ele é menor do que esses dois que estão em obras. Então, o Espírito Santo está muito bem servido quando se fala em atendimento hospitalar de urgência e emergência. Dito isso, o que eu acho que é o grande desafio para os próximos anos da saúde do estado? É nós avançarmos no atendimento das especialidades médicas: consultas, exames especializados e nas cirurgias eletivas. Isso a gente ainda tem que avançar muito. Nós priorizamos, nos anos passados, o atendimento de urgência e emergência, e foi uma priorização acertada, porque, como o próprio nome diz, o atendimento de urgência e emergência é mais urgente. Mas agora a gente tem que investir nas eletivas. Então, a nossa estratégia agora, neste ano, é espalhar, aumentar a quantidade e espalhar por todo o estado essas especialidades. Então, quando, por exemplo, a gente abre a teleconsulta, e na região norte nós já estamos em praticamente todos os municípios, estamos levando o especialista de forma virtual a cada município onde há uma sala de teleconsulta. Presencialmente, eu não conseguiria levar um neurologista em todos esses municípios, mas, de forma virtual, a gente consegue. Então, em toda a região, incluindo a de Linhares, já temos salas de teleconsulta abertas, levando as especialidades médicas. Trouxemos para Linhares, por exemplo, as consultas e exames e agora abrimos as cirurgias oftalmológicas no HGL, que foi o que nós falamos, quando fomos na Rede Cuidar e levamos as consultas e exames, falamos: "Olha, até o fim de abril vamos levar as cirurgias", e começamos as cirurgias oftalmológicas. Já operamos e estamos operando mais de 100 pessoas por dia nos dias de atendimento de cataratas, levantamento de pálpebra e outras cirurgias. A gente está pegando, por exemplo, um município como Rio Bananal, que antes tinha que ir até Baixo Guandu, agora está vindo para Linhares que é do lado. E nós vamos fazer mais, em primeira mão quero anunciar que no caso de consultas e exames, os municípios que têm demanda de oftalmologia, vamos atender com consulta e exame itinerante. Vamos pegar um município como Sooretama, por exemplo, imagina que eles têm uma fila, eu vou levar a equipe lá, a equipe vai ficar um, dois dias, vão fazer todas as consultas e exames e só virá para Linhares quem precisar da cirurgia. Então, não vai precisar deslocar o paciente mais para consulta e exame. Isso vai fazendo com que a gente leve a saúde de alta complexidade para perto das pessoas, diminuindo o custo dos municípios com transporte. Tem secretário municipal que fala comigo, com razão, que às vezes se sente um secretário de transporte, porque fica o tempo inteiro organizando logística de veículos para levar pacientes para a Grande Vitória, para outros municípios. Com isso, a gente consegue fazer o mesmo que fizemos com Linhares. Estamos levando oftalmologia agora para Barra de São Francisco, porque o atendimento naquela região mais ao norte era em Conceição da Barra. Ou seja, descentralizando esses serviços, diminuimos o deslocamento das pessoas, levando a saúde para mais perto do cidadão capixaba. Portanto, nós continuamos avançando com as obras dos hospitais, continuamos avançando fortemente com as obras das unidades de saúde, mas também estamos levando os serviços da secretaria, principalmente os serviços eletivos especializados, para todos os municípios capixabas. Em Dia ES: Qual é o panorama atual do Espírito Santo em relação aos casos de dengue, chikungunya e gripe? Há risco de colapso nos atendimentos? O Estado trabalha com previsão de pico dessas doenças? Tyago Hoffmann: Olha, no caso especificamente das chamadas arboviroses, dengue, chikungunya, oropouche, zika, estamos já em um momento de queda dessas doenças. Tivemos, no mês de janeiro e fevereiro, o auge; março também foi o auge dessas doenças, mas já começa a entrar em declínio, até porque, nesse período, temos pouca chuva. Então, estamos com essa situação muito bem controlada. A partir de março e abril, mas principalmente de abril, começa o calendário das doenças respiratórias. De forma geral, eu não vou dizer que temos risco de colapso, mas temos, sim, um problema, principalmente com as crianças. Nossos hospitais infantis do estado estão superlotados. E aí vem muito uma coisa, não é jogar culpa para ninguém, mas de fato precisamos ajudar os municípios a melhorarem a atenção primária. "A gente precisa ajudar." Porque você pega um hospital como o nosso, o HIMABA, é um hospital infantil de alta complexidade. Ele, por exemplo, é a referência estadual de cirúrgia cardíaca infantil. Lá, a gente está operando coração de recém-nascidos, de crianças. E, muitas vezes, você tem lá uma criança que está simplesmente tomando um antibiótico, que poderia estar tomando esse antibiótico pertinho da casa dela, na Unidade de Saúde, e ela está ocupando um leito de alta complexidade para um atendimento que seria ambulatorial. Esse aperfeiçoamento, enquanto uma rede SUS, município e estado, precisamos fazer. Precisamos aprimorar a atenção básica dos municípios. Tem um esforço dos municípios e o estado está disposto a ajudar nisso, assim, evitaria que essa criança superlotasse o pronto-socorro do HIMABA, do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória. Na, região norte, o nosso atendimento pediátrico acontece, por exemplo, em Colatina, ou no Rio Doce, o HGL faz alguma coisa, mas principalmente no Rio Doce em Linhares. Em Colatina, a gente faz esse atendimento no Hospital São José, que é outro hospital que trata câncer, oncologia infantil, trata problema cardíaco infantil, e às vezes está com uma criança com uma bronquiolite, não chega a ser nem uma pneumonia. Porque, no caso de pneumonia, sim, você precisa levar essa criança para um leito de um hospital mais de referência, de alta complexidade. Mas, na maioria dos casos, é uma influenza, é uma gripe, que essa criança poderia tratar com soro, hidratação e, eventualmente, com um antibiótico que ela tomaria em uma unidade de saúde. "Esse aperfeiçoamento precisamos fazer." Não vou dizer para você que há risco de colapso, mas estamos muito atentos e preocupados com esse momento, principalmente em relação ao atendimento pediátrico. Eu cheguei à Secretaria de Saúde e fiz uma reunião com os subsecretários e falamos: olha, já temos um calendário que depende do clima, da estação do ano, do momento. Já sabemos que, entre novembro, quando começa o período das chuvas, até março, é o período das arboviroses. Então, antes de novembro, qual é o nosso plano de preparação para a dengue, em especial? A partir de março, temos os atendimentos das doenças respiratórias, especialmente nas crianças. Qual é o nosso plano? Então, não faz sentido a gente não ter uma organização. São as sazonalidades da saúde, que sabemos que ocorrem todos os anos. Não podemos mais ser pegos de surpresa. Não temos desculpa para sermos pegos de surpresa. E agora estamos dando um passo além: para o próximo ano, eu quero essas estratégias desenhadas não só para o estado, como fizemos este ano, quero essas estratégias desenhadas em parceria com os municípios, porque vamos conseguir, com os municípios, evitar que esses pacientes agravem e cheguem ao hospital em estado grave. Em Dia ES: Secretário, Jaguaré decretou emergência em saúde pública devido ao aumento dos casos de chikungunya. Como a Sesa tem atuado para apoiar o município neste momento crítico? Tyago Hoffmann: Estamos colocando lá uma equipe permanente da nossa Vigilância Sanitária no município, para que possamos acompanhar e ajudar com os recursos, inclusive financeiros, mas também veículos, equipamentos, pesticidas, para que possamos tratar desse caso e evitar que ele se transforme em algo mais grave. A situação hoje lá está mais controlada, mas continuamos com a nossa equipe no município para fazer esse acompanhamento e não deixar que essa situação piore. Em Dia ES: Até o último dia 30 de abril, a Estratégia de Vacinação nas Escolas aplicou mais de 4,6 mil doses. O senhor considera que a adesão está dentro do esperado? Tyago Hoffmann: Nós estamos com uma vacinação, de forma geral, muito boa. Tivemos agora, no último sábado, o Dia D contra a influenza. Tivemos ali a aplicação de mais de 20 mil doses no geral, então, assim, demos uma avançada boa nos grupos de risco. E vou te dar uma novidade em primeira mão: até o fim desta semana, provavelmente, no máximo no início da semana que vem, nós vamos abrir a vacinação para todo mundo. Porque a vacinação hoje está restrita às crianças, aos idosos e aos grupos específicos, profissionais de saúde, professores, profissionais da área de segurança pública. Agora, a gente vai abrir de forma geral, porque a gente acha que, nesses grupos prioritários, nós, não vou dizer que esgotamos, mas, assim, a gente avançou muito e estamos com doses de vacina suficientes para ampliar a vacinação para todo mundo. Então, a tendência é aumentar e a gente ter uma cobertura muito boa. Em Dia ES: Voltando ao tema do Aedes aegypti, a vacina da dengue está incluída de forma indireta na estratégia escolar. Há planos de ampliar o alcance dessa vacina no Espírito Santo? Tyago Hoffmann: Com certeza. Ela agora foi incluída pelo Ministério da Saúde dentro do calendário nacional de vacinação. O que acontece é que, agora, dentro do calendário nacional de vacinação, estão as vacinas que, dentro de determinados períodos do ano, o SUS, o Governo Federal, o Ministério, fornece, e os estados e municípios fazem as campanhas de imunização. Inserir a vacina da dengue dentro do calendário da vacinação nacional é muito importante, porque torna ela uma vacina prioritária dentro do estado e dos municípios. Em Dia ES: Recentemente, o senhor anunciou o "Corujão da Ressonância Ortopédica" no Sul do Estado. Há planos para iniciativas semelhantes em outras regiões do ES? Tyago Hoffmann: Toda iniciativa que a gente faz, fazemos em uma determinada região, em uma superintendência de saúde. Nós somos em quatro superintendências: a superintendência sul, a metropolitana, a centro-norte e a norte. Então, aqui nós estamos na centro-norte, mas pegando toda essa região. Quando a gente aplica uma determinada iniciativa numa superintendência, numa região de saúde, depois vamos vendo o funcionamento, a adesão, e replicamos essa iniciativa. Vamos avançar com o Corujão da ressonância, com os exames de imagem. Fizemos isso no sul, está funcionando bem, e vamos abrir, sim, em outras regiões. Dependemos dos prestadores de serviço também, mas eu tenho certeza de que eles vão ter interesse. E eles tendo interesse, a gente vai ver os municípios: "Olha, podemos adiantar a sua fila, se você consegue transportar os pacientes, porque a gente consegue abrir esse serviço noturno, no período em que essa máquina estaria parada." Então, nesse período em que a máquina está parada, a gente consegue. Essa máquina, veja bem, nós temos um recurso que é extremamente escasso, que é uma máquina de ressonância. Você não consegue botar uma máquina de ressonância em todo município. São municípios grandes, como é o caso de Linhares. Então, você tem limitações para uma máquina como essa, e aí você acaba tendo, às vezes, um tempo de espera grande para uma ressonância. Nós estamos reduzindo drasticamente esse tempo de espera. Eu diria que, em determinados lugares, o tempo de espera para uma ressonância hoje, na iniciativa privada, num plano de saúde, é maior do que no SUS, graças a Deus. Isso é uma evolução muito importante, e nós queremos que continue assim. Então, a ideia do Corujão é exatamente essa: essa máquina que é cara, que é um recurso escasso e que o Estado tem contrato com essas empresas, por que não aproveitar o momento em que essa máquina está parada? Que é de 8, 9 da noite até 5 da manhã do dia seguinte. Ela está parada. A iniciativa privada já está fazendo isso. Muitas vezes você vai pedir ao seu plano uma ressonância, e aí você vai a um prestador de serviço privado e o cara fala: "Eu só consigo no domingo, 8 horas da noite." E a pessoa vai lá fazer a ressonância. Então, nós estamos tendo a mesma iniciativa para o SUS, que é abrir em períodos em que essa máquina estaria parada, esse recurso estaria ocioso, e a gente, por isso, acelera ainda mais o processo. Acelera as filas, dá atenção a quem está aí precisando nesse período. Em Dia ES: O OperaES já realizou mais de 53 mil cirurgias em 2025. Qual o balanço que o senhor faz até agora e quais os próximos passos para alcançar a meta de 135 mil? Tyago Hoffmann: Olha, essa meta de 135 mil é a meta do nosso Plano Estadual de Saúde. Mas eu quero ir além dessa meta, porque ano passado a meta era 125 mil e nós fizemos 153 mil. Na minha cabeça, na cabeça do secretário, a meta é ultrapassar 153 mil, tentar chegar a 160 mil cirurgias. Gente, é importante falar isso, frisar: o Estado, ano passado, fez 153 mil cirurgias eletivas. Eu não estou considerando as cirurgias de urgência e emergência. Por exemplo, uma pessoa que se acidentou de moto, quebrou seu fêmur, vai para um hospital estadual, vai realizar uma cirurgia para reconstruir o seu fêmur. Não estou falando desse tipo de cirurgia, que é a de urgência e emergência. Estou falando de cirurgia eletiva. Cirurgia eletiva: nós fizemos 153 mil cirurgias ano passado, e este ano a gente vai chegar a 160 mil cirurgias. Nós ultrapassamos, como você falou, no início de maio, 53 mil cirurgias. Então, a nossa meta está sendo cumprida. A gente precisa continuar fazendo mais de 13 mil cirurgias por mês para conseguir bater a meta das 153 mil cirurgias. E está indo muito bem. E a nossa estratégia do Opera, para que a gente possa bater essa meta, foi, primeiro, ampliar o Opera para os sábados. Então, a gente está fazendo, pelo menos uma vez por mês, as cirurgias eletivas aos sábados, com pelo menos 500 cirurgias em cada sábado. Estamos colocando também os centros cirúrgicos para operar no final da tarde, que aí a gente consegue também aproveitar um período de ociosidade dos centros cirúrgicos e ampliar. E no segundo semestre, também, mais uma novidade que eu estou te dando em primeira mão, nós vamos lançar, para o segundo semestre, provavelmente no início do mês que vem, início de junho, o edital de credenciamento para as cirurgias eletivas. O Governo Federal está lançando um programa que é para contratar cirurgias com os hospitais privados, mas o Espírito Santo, como sempre, está na vanguarda. Então, a gente vai lançar antes do Governo Federal. O nosso já está praticamente pronto, o edital, em que nós vamos contratar hospitais privados. Por exemplo, um hospital aqui de Linhares, privado, que tem um bom centro cirúrgico: ele vai ver qual é a demanda do Estado e ele pode se credenciar. E o Estado vai contratá-lo para ele fazer essas cirurgias eletivas. Então, a gente pode ter aí, se tivermos uma boa adesão dos hospitais privados, teremos um avanço grande das nossas cirurgias eletivas ainda este ano. Em Dia ES: E aí essas cirurgias funcionam dentro das demandas de cada município, desses hospitais naquela região? Por região, por município? Tyago Hoffmann: Por região. Porque tem alguns municípios que não têm hospitais. Então, por exemplo, um município como Sooretama, provavelmente a gente direcionaria a demanda dele aqui para Linhares, né? Vamos trabalhar de forma sempre regional. Mas qualquer hospital privado que queira se credenciar, a gente vai credenciar. E tem determinadas especialidades que não têm jeito: a gente vai precisar deslocar um pouquinho a pessoa, porque às vezes eu estou com um hospital com vagas para operar joelho, com cirurgia ortopédica, lá de Vitória, e aí a gente combina com o município e leva esses pacientes para operar lá. Em Dia ES: Por fim, qual mensagem o senhor deixa para a população capixaba neste momento, especialmente sobre a importância de manter a vacinação em dia e buscar atendimento nas unidades de saúde? Tyago Hoffmann: Olha, primeiro, caminhando para o final, eu quero agradecer a oportunidade de estar aqui com você, um bate-papo muito bacana. Dizer que a gente está trabalhando muito, e não se resolvem problemas complexos com bravatas. Não se resolvem problemas complexos da noite para o dia. Se resolve isso com muito trabalho, com planejamento, como você falou, e com organização do nosso sistema de saúde. A saúde é um sistema complexo. Nós temos uma população no Estado do Espírito Santo em que cerca de 80% dessa população é totalmente dependente do SUS. Então, se nós estamos falando de um estado com cerca de 4 milhões de habitantes, nós estamos falando de mais de 3 milhões de pessoas que são 100% dependentes do SUS. Não é simples administrar tudo isso. A gente tem que trabalhar muito. E, sob a liderança do governador Casagrande, a gente tem feito esse trabalho que comentamos aqui. E um passo importante desse trabalho depende muito das pessoas. Porque a gente não faz saúde só tratando a saúde quando a pessoa já chega com um problema no hospital. A gente também faz com prevenção. Então, você falou da vacinação, mas eu também quero alertar para a dengue. Boa parte, 70%, dos focos do mosquito Aedes estão dentro das residências das pessoas. Portanto, se você fizer a sua parte, cuidar do seu quintal, você já está ajudando a saúde pública do Estado do Espírito Santo com a prevenção ao problema da dengue, da chikungunya, da zika, do oropouche e outras arboviroses. O mesmo vale para a vacinação. No momento em que você leva o seu filho para se vacinar, com a carteira de vacinação dele em dia, você está evitando que ele tenha um problema que se agrave e que ele vá parar no hospital estadual, dependendo de um atendimento de mais alta complexidade. É muito importante que cada um faça a sua parte. O Estado tem buscado fazer a dele, a gente também, e a gente faz esse apelo aos cidadãos para que façam a sua parte também, tanto na vacinação, na prevenção a doenças, na questão da obesidade. A gente precisa cuidar do peso. Nós não estamos dando conta, da quantidade de pessoas que precisam de uma cadeira de hemodiálise. E a hemodiálise, o problema renal, se dá principalmente por conta do problema do diabetes. Então, se você controla o sobrepeso do seu filho, do seu marido, da sua esposa, você vai ajudando o Estado a prevenir. E a vacinação, da mesma forma, é uma ajuda muito forte para a prevenção.