Os dados das últimas semanas epidemiológicas (SE), entre as de número 18 e 20, mostram um aumento considerado de casos de Síndromes Gripais (SG) e de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Espírito Santo, quando comparada às semanas anteriores. Diante do cenário epidemiológico, a Secretaria da Saúde (Sesa), por meio do monitoramento do cenário, vem orientando os municípios quanto aos alertas à população, em especial, na adesão à vacinação. De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, o Estado está vivenciando o “pico de sazonalidade” dos vírus respiratórios, isto é, período no qual os vírus respiratórios têm a maior tendência de crescimento, seguindo as mudanças climáticas.
Entre os dias 30 de março a 19 de abril, referentes às SE 14 a 16 foram notificados 40 casos de SG nas unidades de sentinelas, enquanto que nos dias 27 de abril a 10 de maio (SE 18 a 20), foram 57 casos, resultando em um aumento de 42% na notificação. São consideradas Síndromes Gripais (SG) indivíduos com febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta e com início dos sintomas nos últimos 7 dias. As notificações de SG só acontecem em unidades sentinelas, que compõem a vigilância dos vírus respiratórios, em especial de Influenza, e são calculadas especificamente por amostragem. O aumento de SG no Estado é acompanhado também do aumento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente as da Influenza, nas duas últimas semanas, como alertou o monitoramento de casos de SRAG da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a InfoGripe.“Já começamos a vivenciar o pico de sazonalidade de vírus respiratórios, e os dados vêm nos mostrando esse cenário. A Sesa orienta aos municípios quanto o alerta aos cuidados que precisam ser divulgados junto à população para evitarmos o aumento de casos graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave, mas, principalmente, no incentivo à adesão à vacinação contra a gripe”, reforçou o subsecretário.
A referência técnica alertou ainda que mais da metade dos casos de SRAGs neste ano no Estado, cerca de 61% são em idosos com mais de 60 anos, um dos grupos prioritários para a vacinação contra a gripe.“O Espírito Santo, que vinha de uma tendência de queda ou estabilização dos casos, passou a uma tendência de retomada do crescimento das SRAGs. Essa síndrome é uma condição em que uma infecção respiratória gera grande dificuldade de respirar e lesões nos alvéolos, podendo levar ao óbito”, explicou a médica e referência técnica da Vigilância da Influenza e Meningites, Mariana Ribeiro Macedo.
Cenário epidemiológico das SRAGs por Influenza: quase 70 % dos óbitos são de idosos Segundo dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), do início do ano até a SE 16 (até 19 de abril), o Espírito Santo havia registrado 250 casos de SRAG identificados por vírus respiratórios, entre Influenza, Covid-19, Adenovírus, Enterovírus e Vírus sincicial respiratório (VSR), por exemplo. Só entre as SE 18 e 20 (27 de abril a 17 de maio), o Estado já soma mais 272 novos casos de SRAG por vírus respiratórios, no total de 522 em todo o ano de 2025. Do total de SRAG por vírus respiratórios notificadas até a SE 16, 58 foram de casos relacionados exclusivamente à Influenza (considerando todas as tipagens), com 6 óbitos confirmados. Com o início do cenário de sazonalidade dos vírus respiratórios, os casos de SRAG por Influenza passaram a 148 notificações até a SE 20, com 26 óbitos. Segundo a médica e referência técnica da Vigilância da Influenza e Meningites, Mariana Ribeiro Macedo, quase 70% dos óbitos (18 óbitos) por SRAG de Influenza são na população com mais de 60 anos. Outro dado que chama atenção também, de acordo com a profissional, é a prevalência dos casos de SRAG neste mesmo grupo, com 90 casos notificados, dos 148 totais. Ainda segundo a referência técnica, a Sesa tem orientado os municípios quanto ao manejo e tratamento da Influenza com o uso imediato do fosfato de oseltamivir nos casos de Síndrome Gripal (SG) com condições e fatores de risco para agravamento do quadro clínico independentemente da hospitalização ou situação vacinal e para todos os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).“É um grupo vulnerável às complicações da Influenza, que pode levar à SRAG, por exemplo. Além disso, é um grupo que deve ser vacinado, mas que estamos com uma baixa procura”, disse Macedo.
Dados detalhados de SRAG por Influenza abaixo: SRAG por Influenza detalhado por região de Saúde até a SE 20:“O Ministério da Saúde indica o benefício que a terapêutica precoce proporciona, tanto na redução da duração dos sintomas quanto na redução da ocorrência de complicações da infecção pelo vírus influenza em pacientes com condições e fatores de risco para complicações. Com isso, seguimos orientado a todos os serviços de saúde, seja na atenção básica, unidades de urgência e emergência ou hospitalar quanto à indicação desse medicamento, independentemente da hospitalização ou situação vacinal e para todos os casos de SRAG”, salientou Macedo.